[F – J]

Fala-barato.
Aquele que fala por falar, por vezes de forma despropositada ou inconveniente. Tagarela, linguarudo.

Falhanço.
Um fiasco. Falha, fracasso.

Faneca.
Faneca, à rigor, é um tipo de peixe, pequenino e saboroso. Em algumas regiões, faneca é calão para mulher jeitosa, bonita, atraente.

Farol Máximo.
Comumente, omite-se a palavra farol, referindo-se apenas aos máximos: o farol alto.

Farsola.
Um parvalhão, galhofeiro.

Farturas.
Um doce bastante comum em feiras, eventos e festas populares portuguesas, como o churros e o waffle. Uma massa frita, polvilhada com açúcar.

Fatela.
Algo de má qualidade, brega, de mau gosto ou fora de moda. Algo vagabundoEsse boné é super fatela! 

Fato.
Terno, roupa. Fato de domingo, fato de banho. Difere da palavra facto (de facto).

Fato de banho.
Sungas, maiôs, biquínis, etc.

Fato-macaco.
O macacão (vestuário).

Febra.
Carne fibrosa, sem osso nem gordura, músculo. Também usado, popularmente, para se referir à mulheres gostosas: uma febra (um filé).

Fecho.
Fechamento, encerramento. Hora de fecho.

Fecho éclair.
Pouco se usa a palavra zíper em Portugal, onde se prefere o termo fecho (éclair).

Feijão verde.
A vagem.

Fêvera.
Variação possível de febra, fevra (ver febra).

Fiambre.
Presunto (enquanto presunto, em Portugal, refere-se ao brasileiro presunto cru, parma).

Ficha.
No Brasil, a ficha é, não raro, chamada de plugue: a pequena peça, com dois, três ou mais pinos, que encaixamos na tomada.

Ficha tripla.
No Brasil, popularmente chamado de benjamim (ou T): um adaptador que possibilita utilizar diversos aparelhos em uma mesma tomada.

Ficheiro.
Arquivo. Segue ficheiro em anexo, diz aviso de e-mail.

Filete.
Filete de peixe, de porco, de vaca: o brasileiro filé.

Fino.
O chopp em algumas regiões de Portugal (também chamado de Imperial em outras).

Fio dentário.
Embora a forma majoritária, em Portugal, seja fio dental, algumas marcas (e pessoas) estampam em embalagens (e sorrisos) a forma fio dentário.

Fiscal-de-linha.
Árbitro assistente. No Brasil, o bandeirinha. Em Portugal, também conhecido por bandeirolas.

Fisga.
A pequena arma usada por crianças para atirar contra pássaros, vidraças ou amigos: estilingue, em algumas regiões do Brasil conhecido como bodoque ou atiradeira.

Fita-cola.
No Brasil, chamado de durex (palavra que, em Portugal, refere-se a uma marca de preservativos).

Fixe.
Calão: legal, da hora, maneiro, irado, tri. Bué da fixe.

Foda-se.
Em Portugal, mais que uma expressão de desdém (o famoso que se foda), o foda-se é também usado, habitualmente, como expressão de espanto, admiração, surpresa: foda-se, ganda cena!

Folar.
O famoso pão da páscoa português.

Fonix.
A versão soft do foda-se, em calão jovem. 

Fora-de-jogo.
Impedimento (no futebol). Cristiano Ronaldo estava fora de jogo: Cristiano Ronaldo estava impedido.

Força.
Interjeição corrente no dia-a-dia português. Usada, por exemplo, com o gesto cordial de ceder passagem à alguém: força!

Forreta.
Sovina, pão-duro, avarento, mão-fechada.

Fotocópia.
Em Portugal a palavra xerox (metonímia que, no Brasil, figura como sinônimo de cópia) não é corrente: fazem-se, majoritariamente, fotocópias.

Francesinha.
Um prato típico da região norte portuguesa, muito badalado no Porto. Um emaranhado de carnes em um pão de forma coberto com queijo (derretido), em molho picante e acompanhado com ovo frito. Comer uma francesinha, em Portugal, não é frase atrevida, tampouco grosseira.

Frigorífico.
Geladeira.

Fufa.
Forma pejorativa e preconceituosa de se referir a uma mulher lésbica.

Fumado.
Defumado.

Fumador.
Fumante.

Fumo.
Fumaça.

Fundir.
O verbo é usado, também, como queimar, no Brasil: a lâmpada fundiu (queimou).

Gadelha.
Cabeleira, cabelos grandes e, por vezes, desgrenhados. Daí o simpático adjetivo gadelhudo.

Gaita.
Se no Brasil gaita é calão para dinheiro, em Portugal refere-se ao pênis, bem como pila, piça, pirilau, etc.

Gajo.
Rapaz (há quem diga gaja para também se referir à raparigas)

Galão.
Copo grande de café com leite.

Galdéria.
Prostituta, puta.

Galiza.
Galícia (uma das comunidades autônomas da Espanha), região fronteiriça com o norte de Portugal.

Gamanço.
Calão para roubo, furto. Daí a expressão andar no gamanço.

Gambas.
Camarão.

Gancho.
Grampo de cabelo.

Ganda.
Corruptela de “grande”, usado comumente entre jovens de Portugal. Ganda briol! (puta friaca!), ganda noite, ganda besteira disseste-me.

Ganga.
Jeans. Calças de ganga.

Ganza.
No Brasil, um baseado, um béque.

Gare.
Cais, parte em que acontecem embarques e desembarques em estações de comboios (trens), barcos, etc.

Garina.
Calão para moça, mina.

Garoto.
Palavra cotidiana, ouvida em cafetarias, tascas e restaurantes portugueses: uma chávena pequena de café com leite (diferente de um galão).

Gasóleo.
Diesel.

Gasolineiro.
Atendente do posto de gasolina: o frentista.

Gelado.
Picolé, sorvete. Em Portugal, a linha de sorvetes da Unilever (Kibon, no Brasil) é chamada de Olá.

Genica.
Energia, vigor, pique (pica, em Portugal). O gajo andava cheio de genica!

Gila.
Fruto da família da abóbora muito usado em Portugal para fazer doces (o doce de gila).

Ginásio.
Academia (de ginástica, musculação, etc.).

Ginjinha.
Famoso licor de ginja (uma pequena fruta similar à cereja).

Gira-discos.
Toca-discos, vitrola.

Giro.
Legal, bonito, maneiro. Lisboa é, mesmo, uma cidade gira.

Goleador.
Em jargão esportivo, o artilheiro. “Eusébio é o maior goleador de sempre em Portugal”, anuncia manchete de jornal esportivo.

Golo.
Gol. É golo, é golo! grita o locutor esportivo.

Gómito.
Uma variação popular de vômito (vómito).

Gostava.
O pretérito imperfeito é comumente usado no lugar do futuro do pretérito quanto ao verbo gostar em frases que expressam desejo, possibilidade, necessidade. Assim, enquanto brasileiros dizem “gostaria de saber o seu nome”, portugueses preferem o “gostava de saber o teu nome”.

Gosto.
Enquanto no Brasil as redes sociais dispõem do botão curtir (like), em Portugal há o botão gosto.

Grelha.
A programação. Grelha televisiva, em TVs portuguesas, grade de programação, em canais brasileiros. Confira a grelha completa!

Grelos.
Tipo de verduras muito apreciadas em Portugal, comidas em talo e folhas.

Griso.
Calão para frio, friaca.

Gronelândia.
A Groelândia (ou Groenlândia, a depender do falante).

Grossa.
Calão vulgar para se referir a uma mulher gostosa.

Grossista.
Atacadista. Aquele que faz vendas por atacado (por grosso).

Guarda-fato.
Guarda-roupa.

Guarda-lamas.
Para-lamas.

Guarda-redes.
Goleiro.

Guiador.
O guidão (guidom) da bicicleta.

Guião.
Roteiro.

Guitarra.
Guitarra (acústica): violão.

Guito.
Dinheiro. Gaita, grana, bufunfa, dindim, tutu: sobram-nos nomes, faltam-nos notas.

Guna.
Calão para malandro, maloqueiro. Termo mais usado, sobretudo, na região norte de Portugal.

Havai.
Enquanto no Brasil se diz Ha-va-í (com um hiato a enfatizar o i), em Portugal fala-se   com ditongo: Ha-vái. Diferem os (des)encontros vocálicos.

Herdade.
Grandes propriedades rurais, por vezes produtoras de vinho, azeite, grãos, etc.

Hip Hop.
No Brasil, diz-se rip-róp, em Portugal, ip-óp. Emudecem-se os Hs, gritam as músicas.

Hippie.
Assim como o desencontro fonético do H mudo (Portugal) e do H aspirado (Brasil) na fala de hip hop, o “ríppie” brasileiro, em Portugal, é anunciado como “íppie”.

Hora de ponta.
Hora de pico, hora do rush.

Horário.
A Horários do Funchal é uma empresa de transporte público que opera na Ilha da Madeira. Da rede de autocarros (ônibus), surge a metonímia no falar madeirense: “tens que apanhar naquela paragem o Horário”.

Hormona.
Hormônio. Feromona.

Hospedeira.
Aeromoça.

Húmido.
Em Portugal, ainda resiste o H em coisas ou ambientes úmidos. Umidade, humidade.

Imenso.
No falar de muitos portugueses, a palavra imenso figura, comumente, como advérbio: gostei imenso, agradeço imenso, choveu imenso.

Impacte.
Embora impacto seja palavra corrente, o termo impacte não raro é utilizado, como em Avaliação de Impacte Ambiental.

Impedido.
Uma das formas de se referir ao telefone ocupado: telefone impedido. Tu tu tu tu tu tu.

Imperial.
Chopp, também chamado de fino em algumas regiões.

Indicativo.
Prefixo telefônico, DDD, DDI. O indicativo de Lisboa é 21, o de Portugal é 351.

Infantário.
Espaço escolar para os mais pequeninos, onde se amontoam crianças: creche.

Intermédio.
No Brasil, emprega-se mais comumente o termo intermediário. Nível intermédio, nível intermediário.

Investigador.
Em Portugal, diferente do Brasil – em que a palavra remete, comumente, à investigação policial – o termo se refere ao pesquisador (acadêmico) dedicado a algum projeto de investigação científica.

Invisual.
Cego. A palavra invisual, embora não muito querida pelo próprio público cego, ganhou popularidade por – aparentemente – abrandar um termo que, para muitos, parece rude, áspero e trágico. Porém, ainda é preferível o termo cego, sem qualquer constrangimento.

Irão.
Irã (país).

Janado.
Calão para drogado, noiado.

Jantes.
Como são conhecidos, em Portugal, os aros das rodas de carros.

Jaquinzinho.
Pequenos peixes, comumente servidos fritos, como a manjuba (manjubinha): joaquinzinhos/jaquinzinhos.

Jarreta.
Indivíduo antiquado, que se veste à antiga e tem hábitos de velhotes.

Javardo.
Pessoa suja, nojenta, grosseira. Tu és um javardolas! 

Joalharia.
Joalheria.

Jogo amigável.
O jogo amistoso.

Jogo da Macaca.
Joga da Amarelinha.

Jogo do Galo.
Jogo da Velha.

Jola.
A redução de cervejola: breja, cerva. Beber umas jolas.

Judo.
Enquanto no Brasil a arte marcial praticada por Aurélio Miguel e Tiago Camilo é dita de forma oxítona (judô), em Portugal é anunciada como paroxítona (“júdo”).

Junta de Freguesia.
Repartição local responsável pela administração das freguesias (unidades administrativas que formam as cidades/concelhos). No Brasil, assemelham-se as subprefeituras.

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